O título dessa crônica é o de um conto de Aníbal Machado, que li quando cursava o ensino fundamental em Ponte Nova. O enredo é a história de um funcionário público que, ao se aposentar, deixa a Capital Federal (então, o Rio de Janeiro) e volta ao interior de Minas, ...
Leia Mais »O DEUS DAS PEQUENAS COISAS
Ele não deixa pegadas na areia, ondulações na água, nem imagem nos espelhos. Ele, o deus das pequenas coisas, intitula e preside a narrativa com que Arundhati Roy conta uma história passada em Ayemenem, pequena cidade no sudoeste da Ìndia, no ano de 1969. É ele, o deus dos arrepios ...
Leia Mais »A PAUSA E O POUSO
“Os poetas são os que menos sabem, mas são os primeiros a saber”. Essa frase de Lacan, que li há pouco, vem confirmar a que intitula um livro que li há muito, na pequena biblioteca de uma tia: “E a Bíblia tinha razão…”. Nesse livro Werner Keller busca analisar ...
Leia Mais »O HOMEM QUE ESCUTAVA
No prólogo ficcional de “A maldição de Edgar”, de Marc Dugain, há uma frase emblemática: “A pretensa objetividade de um memorialista é tão nociva à verdade quanto a intenção de falsificar fatos”. Esse prólogo apresenta as “Memórias atribuídas a Clyde Tolson”, braço direito e amante de Edgar Hoover, o ...
Leia Mais »CLÁSSICOS, FLAUTA, PENA DE PAVÃO
Na cidade da minha infância, havia uma rua chamada Cantinho do Céu. Essa foi a lembrança que me veio quando, entre Curvelo e Sete Lagoas, de repente uma placa me indicou: Paraíso dos Pavões. E como estamos sempre em busca do Éden perdido, eis que já estou lá, depois de ...
Leia Mais »Trinta anos sem Drummond
Para nós mineiros, Carlos Drummond de Andrade não precisa de maiores apresentações. Com esse mineiro de Itabira, estamos em casa. O grande poeta do modernismo brasileiro foi uma pessoa simples, funcionário público, pai de família, sem apego a honrarias, sem apreço pelas formalidades. A poesia de Drummond, no entanto, não ...
Leia Mais »DIÁLOGO DE NATAL
Carlos Drummond nunca gostou de Academias, mas agora vive na eterna happy-hour da Sociedade dos Poetas Mortos, onde eu, como sócio-leitor, o encontro sempre. E, como aprendiz de feiticeiro, busco a sabedoria tão bela desse mago. Para puxar conversa, lembro um verso de outro bruxo, o de Cosme Velho: “Mudaria ...
Leia Mais »ESPECULANDO COM ESPELHOS
Uma ex-aluna, que encontro por acaso, recorda a maneira como eu a advertia contra sua compulsão de olhar-se no espelho, durante as aulas: através do mito de Narciso, o jovem grego de extraordinária beleza que, tendo recusado o amor das ninfas (deusas dos rios e dos campos), foi condenado a ...
Leia Mais »OUTRAS INQUISIÇÕES
A palavra latina para janela é fenestra. Daí vem o verbo defenestrar, que significa “lançar alguém violentamente pela janela”. A defenestração foi uma forma recorrente de assassinato político na cidade de Praga, capital da atual República Tcheca. As primeiras defenestrações aconteceram na Idade Média, na disputa pelo poder entre ...
Leia Mais »PIT STOP DA VISITAÇÃO
Convido você a visitar comigo um grande homem do passado. Ele foi visto pela última vez no dia 12 de julho de 1536, na cidade de Roterdam, na Holanda. Erasmo de Roterdam foi um grande homem, mas não exerceu nenhum cargo de poder: não foi um rei nem um ...
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